Lua de prata


     Um ano, trezentos e sessenta e cinco dias, para alguns uma eternidade, para outros um piscar de olhos. Durante esse período, testemunhamos a efemeridade das relações humanas, com muitas pessoas entrando e saindo de nossas vidas, enquanto apenas algumas deixam marcas duradouras. 

     Meu nome é. Larissa, tenho trinta anos, solteira, com cabelos longos e lisos. Agora, permita-me compartilhar os detalhes do último ano da minha vida. Inicialmente, encontrava-me num estado de constante estresse devido às demandas do trabalho, o que minou minha energia e entusiasmo. Foi então que decidi que era hora de tirar férias e recarregar as energias. Escolhi um destino ao acaso e acabei optando pelo litoral nordestino, localizado a algumas horas de viagem de ônibus de minha residência.

     Cheguei ao hotel no meio da tarde, exausta da viagem. Assim que entrei no quarto, pude sentir o frescor do ar condicionado acolhendo-me. Depois de um longo banho revigorante, fechei as cortinas para bloquear a luz do sol que invadia o ambiente. Com um suspiro de alívio, desliguei meu celular, afastando-me por um momento da agitação do mundo.

     Acordei já quase amanhecendo, a luz suave infiltrando-se pelas frestas das cortinas. Esperei ansiosa o restaurante do hotel abrir suas portas, ansiando pelo aroma tentador do café da manhã. Assim que me deliciei com a variedade de iguarias oferecidas, estava pronta para explorar a praia que tanto ansiava conhecer.

     A praia era um espetáculo para os olhos. As águas azul-turquesa se estendiam até onde a vista alcançava, interrompidas apenas por algumas nuvens que pontuavam o céu. A areia fina e branca convidava para um passeio descalço. Entre o hotel e a praia, uma ciclovia serpenteava, convidando à contemplação da paisagem enquanto se percorria de bicicleta.

     Estava quase chegando ao final da ciclovia quando fui surpreendida por uma bola de futebol de praia que veio em minha direção com rapidez. Antes que pudesse reagir, a bola me atingiu, desequilibrando-me e fazendo-me cair no chão. Rapidamente, um dos rapazes que jogava se aproximou, preocupado, para me socorrer. Sua expressão de preocupação contrastava com a descontração do momento e eu agradeci a gentileza, tentando esconder o embaraço.

- Você está bem moça? - Perguntou o rapaz.

- Estou, acho que não quebrei nada. - Respondeu ela.

     O rapaz de aproximadamente trinta e cinco anos exalava um autêntico estilo surfista. Seu corpo robusto e bronzeado era uma manifestação vívida de sua vida ao ar livre. Os músculos, esculpidos pela prática constante do surf, exibiam uma mistura equilibrada de força e agilidade.

     Sem camisa, ele revelava uma série de tatuagens que adornavam seus braços e torso. As inkagens eram uma expressão viva de sua personalidade e experiências de vida, cada uma contando uma história única. Desde tribais estilizados até imagens que evocavam o oceano, as tatuagens se mesclavam em uma tapeçaria de arte corporal que o distinguia.

     Seu cabelo, escuro e ligeiramente ondulado, caía descontraidamente sobre os ombros, conferindo-lhe um ar despreocupado e livre. Uma barba cuidadosamente aparada contornava seu rosto, adicionando um toque de masculinidade e rusticidade.

     Os olhos dele, profundos e penetrantes, eram do tom do oceano em um dia de tempestade, capturando a essência da vida marinha que ele tanto amava. Um sorriso sincero iluminava seu rosto, revelando uma natureza afável e calorosa.

     Vestindo apenas uma bermuda de surf desgastada pelo sol e o sal, ele caminhava com uma postura descontraída pela areia, os pés descalços absorvendo a energia da praia. A prancha de surf, sua fiel companheira, repousava sob o braço, uma extensão natural de seu ser.

     No geral, ele irradiava uma autenticidade palpável, personificando o espírito livre e apaixonado dos surfistas que encontram liberdade nas ondas do mar. Era um homem que vivia em harmonia com a natureza e as emoções que ela evocava, uma verdadeira encarnação do estilo de vida litorâneo.

- Você machucou o joelho, está sangrando um pouco. - Bernardo disse, tentando ajudá-la a levantar-se.

- Foi só um arranhão, não se preocupe com isso. E eu não aceito ajuda de estranhos, principalmente os que me derrubam no chão. Obrigada! - Respondeu ela, mantendo sua determinação.

- Entendo, desculpe por isso. Meu nome é Bernardo. - Ele estendeu a mão, seus olhos encontrando os dela de forma franca.

- Meu nome é Larissa. - Aceitando a ajuda, ela permitiu que Bernardo a ajudasse a levantar-se.

- Um belo nome a sua altura. - Bernardo cortejou, seu tom de voz carregado de sinceridade.

- Obrigada. - Larissa respondeu com um sorriso tímido, tocada pelo gesto.

- Deixe-me ao menos verificar o machucado. - Bernardo abaixou-se gentilmente, respeitando o espaço dela.

- É sério, não foi nada. - Larissa tentou afastar-se, mas a preocupação genuína nos olhos de Bernardo a tranquilizou.

- Espere um pouco aqui. Já volto. - Bernardo deu um passo em direção ao estacionamento, determinado a encontrar algo para ajudar a tratar o arranhão de Larissa.

     Observei atentamente enquanto ele caminhava apressado em direção a um bugue característico da região, com suas cores vivas e pranchas de surf amarradas no teto. O veículo exalava a atmosfera descontraída do litoral, revelando um toque de aventura pronto para ser explorado.

     Decidi não hesitar e rapidamente montei na bicicleta, sentindo a brisa marinha acariciar meu rosto enquanto partia. Pedalei com determinação, o caminho à frente se desdobrando em uma promessa de novas descobertas. Alguns metros adiante, o bugue estacionou quase sobre a ciclovia, destacando-se com suas cores vibrantes.

     Com uma agilidade surpreendente, o Bernardo saltou para fora do veículo, demonstrando uma destreza característica dos surfistas, acostumados a enfrentar as ondas imponentes do oceano. Sua energia era contagiante, e mesmo à distância, era possível perceber a animação que emanava dele, como se o mar estivesse sempre presente em seu espírito inquieto.

- Você não me esperou. Deixa que eu te levo até o hotel onde está hospedada. - Bernardo ofereceu, segurando gentilmente a bicicleta dela.

- Como sabe onde estou hospedada? - Larissa perguntou, uma mistura de preocupação e curiosidade em seu olhar.

- Sente-se no carro e te conto enquanto limpo essa ferida no seu joelho. - Ele a guiou para o bugue com cuidado.

- Estou ansiosa pela resposta. - Larissa comentou, sua curiosidade cada vez mais aguçada.

- Como eu sei? Bem, sua bicicleta é alugada, você se destaca das mulheres daqui, diga-se de passagem, é muito mais bonita, e ontem à tarde eu a vi chegando de táxi com malas e entrando no hotel. - Bernardo explicou com um sorriso sincero.

- Então, você me derrubou da bicicleta só para poder dar em cima de mim? - Larissa soltou uma risada.

- Eu até pensei nisso quando a vi na ciclovia, mas não sou bom em tiro ao alvo, então pedi ao meu amigo para fazer isso. - Bernardo riu junto com ela.

- Seu amigo é um "cachorro". - Ela brincou, fazendo menção de dar um tapa nele.

- Ah, é só uma brincadeira, Larissa. Nunca faria isso. - Bernardo terminou de fazer o curativo, demonstrando sua sinceridade.

- Ainda bem que foi só um acidente... Quer dizer, foi só um acidente, e acidentes acontecem. - Larissa comentou, sua curiosidade sobre Bernardo crescendo.

- Agora, suba no carro. Vou te levar até o seu hotel e depois devolvo a bicicleta. - Ele amarrou a bicicleta com segurança em seu veículo.

- Como você sabe tanto sobre esse lugar? - Larissa não pôde deixar de perguntar, querendo conhecer mais sobre ele.

- Acho que seu sobrenome deve ser "Curiosa", então, Larissa Curiosa. - Bernardo brincou, rindo de sua própria piada.

- E o seu deve ser "Bernardo Palhaço". - Larissa rebateu com um sorriso travesso, entrando no jogo com ele. Ambos riram juntos enquanto seguiam em direção ao hotel.

     Bernardo escolheu o caminho mais longo até chegarmos ao hotel. No início, confesso que senti uma leve preocupação, mas logo percebi que ele estava proporcionando esse momento para que pudéssemos nos conhecer melhor. Durante o trajeto, Bernardo mostrou-se um conversador habilidoso, fazendo perguntas que revelavam um interesse genuíno em conhecer mais sobre mim. Além disso, compartilhou um pouco sobre sua própria vida, criando uma atmosfera de confiança e conexão entre nós. Foi uma oportunidade valiosa de estabelecermos uma base sólida para a amizade que estava começando a se formar.

- Bernardo, me conte um pouco mais sobre você. Estou muito curiosa para conhecer sua história. - Larissa demonstrava genuíno interesse em aprender mais sobre ele.

- Claro, Larissa. Eu nasci na cidade vizinha e desde pequeno meus pais me traziam para cá. Acabei me apaixonando pela praia e todas as maravilhas naturais que ela oferece. Como aqui temos verão o ano todo, encontrei minha paixão no surf e decidi compartilhá-la dando aulas e também vendendo artigos relacionados. Não levo uma vida de ostentação e luxo, mas posso te dizer que sou muito feliz. - Bernardo compartilhou sua história com um sorriso caloroso, transmitindo a genuinidade de suas palavras.

     Aquelas palavras ecoaram em minha mente, fazendo-me refletir profundamente sobre o rumo que minha vida estava tomando. Percebi que estava imersa em um ciclo incessante de trabalho, sacrificando momentos de felicidade e realização pessoal. A busca incessante pela excelência profissional estava cobrando seu preço, e eu me questionei se estava realmente vivendo plenamente. O convívio com Bernardo e a atmosfera serena e autêntica daquele lugar começaram a despertar em mim uma nova perspectiva sobre o que era verdadeiramente importante na vida. Era como se as ondas do mar sussurrassem segredos de uma existência mais plena e equilibrada, e eu estava finalmente pronta para ouvi-las.

- Pronto, chegamos. - Bernardo colocou suas mãos gentilmente em volta da cintura de Larissa, ajudando-a a descer do carro. Seus olhos se encontraram e por um instante, o mundo parecia desacelerar.

- Obrigada pela carona, Bernardo. Mas agora, pode tirar as mãos da minha cintura. - Larissa colocou suas mãos sobre as dele, retribuindo o olhar. Um arrepio percorreu seu corpo, um sinal claro de que algo especial estava acontecendo.

- Ah, desculpe, não quis ser invasivo. - Bernardo percebeu a sutil tensão e retirou suas mãos, vendo-a envergonhada.

- Não, você entendeu errado, não foi isso... - Larissa tentou explicar, mas as palavras pareciam fugir dela naquele momento.

- Te pego daqui a uma hora, Larissa. - Bernardo disse com um sorriso contagiante, deixando-a surpresa.

- Espera, como assim, Bernardo?

- Vou te mostrar os pontos turísticos da cidade e à noite, vamos saborear a melhor comida da região.

- Mas eu ainda não aceitei.

- Ah, mas vai aceitar, e esteja pronta na hora combinada. - Bernardo piscou, entrando de volta no carro e partindo com um aceno amigável. Larissa ficou ali, com o coração acelerado e um sorriso nos lábios, sabendo que aquele encontro prometia ser inesquecível.

     Tinha ido descansar e no primeiro dia fui atingida por uma bola e havia marcado um encontro com um guia de turismo. Era muito mais do que eu havia vivido nos últimos anos. Cheguei no meu quarto pensativa sobre o passeio com o Bernardo, não sabia nada em relação a ele, estava relutante em aceitar, mas ao mesmo tempo queria ter aquele encontro, mesmo não sabendo das consequências. Os minutos se passavam depressa, quando me dei conta já não havia muito tempo. Tomei um banho rapidamente e me arrumei.

     Estava me sentindo como uma adolescente no primeiro encontro, realmente eu sentia algo por ele, mas não queria demonstrar.

     Na hora marcada, Bernardo estava na porta do hotel me esperando, ele me levou para conhecer a cidade e a sua história. Me mostrou todos os lugares interessantes que haviam, experimentei as comidas típicas da região e falou sobre a maravilhosa cultura local.

     Ao final do dia, ele me levou até um mirante onde podíamos apreciar o pôr sol.

- Bernardo, obrigada pelo dia maravilhoso que você me deu hoje.

- Como assim? O dia não acabou ainda. - Segurando as mãos dela.

     Sem que pudesse ter tempo de reagir, Bernardo colocou sua mão na minha nuca com gentileza e determinação, roubando-me um beijo inesperado. Fiquei imóvel naquele instante, completamente surpreendida pelo gesto audacioso. O sabor dos seus lábios era uma mistura única de salgado, como o mar, e doçura, como um convite irresistível para um mundo de sensações.

     Enquanto isso, o som das ondas batendo suavemente nas pedras proporcionava uma trilha sonora natural para aquele momento que, eu sabia, se tornaria inesquecível. A brisa marinha acariciava suavemente nossos rostos, como se o próprio oceano estivesse testemunhando o início de algo especial.

     Aquilo tudo estava me deixando louca. Bernardo tinha o dom de despertar algo adormecido dentro do meu ser, uma chama que há tempos não ardia com tanta intensidade. Era como se o universo conspirasse a nosso favor, nos envolvendo em um véu de magia e emoção.

     Não sei quanto tempo durou aquele beijo, mas o mundo inteiro parecia ter parado naquele instante. As preocupações, os relógios, as responsabilidades... tudo se dissolveu naquele momento de pura conexão entre nós dois. Era como se o tempo, naquele instante, tivesse decidido se render à intensidade do que estávamos vivendo, permitindo-nos saborear cada segundo daquela experiência única e avassaladora.

- Como eu disse, Larissa, o dia ainda não acabou. Vou te levar para jantar e experimentar a melhor comida da região. - Bernardo falou com um brilho nos olhos, revelando sua confiança na escolha que tinha em mente.

- A melhor comida da região? Estou completamente apaixonada pela culinária local. - Larissa respondeu com entusiasmo, seus olhos brilhando com a expectativa de uma nova descoberta gastronômica. A experiência ao lado de Bernardo estava se tornando uma jornada de deleites para os sentidos, uma vivência que ela já sabia que jamais esqueceria.

     Bernardo me acompanhou até o hotel e marcamos de nos encontrar novamente para o jantar. Enquanto a água quente caía sobre minha pele, meus pensamentos estavam totalmente envoltos na lembrança do beijo apaixonado que compartilhamos. Meu corpo parecia arder de desejo, mas ao mesmo tempo, eu sentia a necessidade de entender as reais intenções dele, de garantir que estávamos ambos na mesma sintonia.

     Vesti um vestido leve, escolhendo uma peça que equilibrava o charme com o conforto, e fui ao encontro de Bernardo. Na hora marcada, lá estava ele, ao lado de seu fiel companheiro, o bugue. Subimos a bordo e ele dirigiu em direção à praia, percorrendo vários quilômetros. A cidade ficava cada vez mais distante e logo, parecia que não havia mais nada além da vastidão do oceano e da paisagem litorânea que se estendia diante de nós. Era como se estivéssemos explorando um canto secreto do mundo, um lugar onde o tempo parecia ter um ritmo próprio e as preocupações do cotidiano se dissolviam no horizonte.

- Bernardo, onde fica esse restaurante onde vamos jantar? - Perguntou ela, uma leve preocupação colorindo sua expressão.

- Restaurante? Que restaurante? Eu disse que ia te levar para saborear a melhor comida da região. - Bernardo respondeu com um sorriso travesso dançando nos lábios.

- Então, para onde exatamente está me levando? - Larissa inquiriu, sua curiosidade misturada com uma dose de excitação.

- Fique tranquila, Larissa. Você está em boas mãos e vai estar segura. - Bernardo assegurou com um tom tranquilizador, seus olhos brilhando com confiança. A sensação de aventura que permeava aquele momento era palpável, e Larissa sentiu uma mistura de emoções, pronta para se deixar levar pela surpresa que Bernardo tinha reservada para ela.

     Chegamos em uma casa encantadora, cercada por jardins bem cuidados e uma atmosfera acolhedora. Ao lado, um grande galpão se destacava, suas paredes adornadas com vibrantes pinturas de pranchas de surf, cada uma uma obra de arte por si só. Era evidente que ali se encontrava a oficina de Bernardo, o lugar onde ele dedicava seu talento e paixão à criação de pranchas feitas à mão, prontas para serem alugadas ou vendidas aos amantes do surf. A energia criativa que permeava o ambiente era contagiante, e Larissa não pôde deixar de sentir uma profunda admiração pela habilidade e dedicação de Bernardo à sua arte. Era mais uma faceta fascinante da vida dele que ela tinha o privilégio de conhecer.

- Larissa, este lugar é minha fortaleza e meu refúgio. - Bernardo compartilhou com um olhar repleto de significado, mostrando a importância que aquele espaço tinha para ele.

- É um lugar interessante, então é aqui que você traz suas conquistas? - Larissa perguntou, uma nota de receio colorindo suas palavras.

- Apenas as conquistas especiais têm o privilégio de conhecer este lugar, Larissa. Você é a única. - Bernardo respondeu com sinceridade, deixando claro que ela ocupava um lugar único em seu coração.

- Ah, entendi. Devo dizer isso a todas as pessoas que conhece? - Larissa brincou, um riso nervoso escapando de seus lábios.

- Estou sendo sincero com você, Larissa. Com o tempo, vai perceber que é verdade. - Bernardo assegurou, seus olhos expressando a seriedade de suas palavras.

- Está bem, eu acredito em você. E o que vai preparar para nós? Espero que seja um bom cozinheiro, estou morrendo de fome. - Larissa mudou o tom da conversa, deixando transparecer sua ansiedade por uma refeição saborosa.

- Você não vai se arrepender, prometo. Agora, espere um momento, já deixei tudo pronto para o preparo. - Bernardo respondeu com um sorriso confiante, indo em direção à cozinha para iniciar o jantar. A antecipação pairava no ar, criando uma expectativa palpável para o que estava por vir naquela noite especial.

     Entramos na casa e me acomodei no sofá. Era um espaço simples, porém transmitia uma sensação de aconchego e acolhimento. Cada detalhe denotava o cuidado e o zelo de Bernardo com o lugar. Enquanto o observava na cozinha, preparando o jantar, não pude evitar ter pensamentos pecaminosos sobre ele. Uma atração intensa pulsava entre nós, e eu sabia que meus sentimentos não podiam estar mais evidentes do que no olhar que eu lançava na direção dele. A química entre nós era palpável, criando uma tensão no ar que era impossível de ignorar. Estávamos naquele momento, à beira de algo poderoso e irresistível.

- Pronto, o jantar está servido. Desculpe a demora, quis garantir que tudo estivesse perfeito para você.

- Humm, o cheiro está incrível. O que exatamente preparou?

- Vatapá à moda da minha mãe, é uma especialidade que sempre faz sucesso. Espero que goste.

- Essa foi boa, Bernardo. Você é uma pessoa muito divertida, parece levar a vida de uma maneira tão autêntica e cativante. - Larissa elogiou, seu sorriso revelando a apreciação sincera pela companhia de Bernardo. Era evidente que ela estava se encantando cada vez mais com a personalidade dele e com a forma como ele tornava cada momento especial.

     Estava acostumada a comer vatapá à moda tradicional, mas aquele preparado por Bernardo estava simplesmente divino. A textura e os sabores se combinavam de uma forma única, criando uma experiência culinária inesquecível.

     Após o jantar, saímos para caminhar na praia, levando uma garrafa de vinho e duas taças. A noite era iluminada pela lua cheia, seu reflexo na água do mar criava um espetáculo de luzes dançantes. O som das ondas quebrando na areia proporcionava uma trilha sonora suave e relaxante para aquele momento mágico.

     Sentamos na praia, olhando para o horizonte deslumbrante que se estendia diante de nós. Eu não pude resistir e segurei a mão de Bernardo, olhando profundamente em seus olhos, a tensão entre nós palpável.

     Bernardo levantou-se com elegância e me estendeu a mão. Ficamos ali, nos olhando por um tempo que parecia se estender infinitamente. Suas mãos encontraram minha cintura com suavidade, aproximando-nos lentamente até estarmos unidos. O beijo tinha um delicioso sabor de vinho, uma mistura envolvente de paixão e desejo.

     Conforme o beijo se intensificava, pude sentir o desejo de Bernardo crescendo, uma chama ardente que correspondia à minha própria intensidade. Meu corpo queimava de desejo, e eu coloquei meus braços ao redor do seu pescoço, beijando-o com fervor. Quando ele se afastou, deixei meu vestido cair ao chão, um gesto ousado que expressava a entrega total àquela paixão avassaladora que nos consumia naquela noite de lua cheia. Estava de calcinha e soutien. Bernardo aproximou-se novamente me abraçando e beijando soltando com muita habilidade o meu soutien, assim libertando meus seios.

     A brisa gelada e a minha excitação deixavam meus mamilos enrijecidos, aos poucos suas mãos quentes tocavam neles e seus beijos começaram a descer pelo meu pescoço. Sua boca nos meus seios estavam me enlouquecendo, estava excitadíssima. Nos deitamos sobre nossas roupas, ele continuou a beijar meus seios, passava a minha mão nos seus cabelos. 

     Bernardo colocou suas mãos entre as minhas coxas e as acariciava. Eu estava com muito tesão e entregue a ele. Seus beijos começaram a descer pelo meu corpo, descendo pela minha barriga, ao mesmo tempo ele tirava minha calcinha. Um arrepio e uma sensação de enorme prazer tomou conta do meu corpo ao sentir a sua língua tocando pela primeira vez os meus lábios vaginais.

- Você é muito gostosa Larissa. - Deliciando-se com a excitação dela.

     Não havia palavras para descrever o que estava sentindo naquele momento, seus dedos estavam em torno dos meus lábios e ele chupando-os de uma forma muito prazerosa que nunca havia sentido. Bernardo abriu um pouco meus lábios e me penetrou com sua língua quente e áspera tocando meu clitóris, foi tocando de leve e aumentando a intensidade aos poucos, me contorcia e gemia enlouquecida de prazer em sua boca. Foi uma experiência intensa e muito prazeroso e gozei deliciosamente na sua boca.

     Bernardo continuou a me chupar, deliciando-se com o meu primeiro orgasmo para ele. Me limpou toda sugando todo o meu prezer. Estava ofegante, meu coração acelerado e ainda muito excitada, eu queria senti-lo, ser desejada, ser possuída por ele. 

     Nos beijamos e senti o gosto do meu prazer em seus lábios, era uma sensação diferente, mas muito prazerosa. Ele se deitou sobre o meu corpo, estava com as pernas abertas e esperando para recebê-lo. Comecei a sentir ele me penetrando devagar, pouco a pouco seu pênis invadia meu corpo e me proporcionando muito prazer. Ele foi paciente e me penetrou com calma e sem pressa, até me possuir completamente, seu pênis me completava de uma forma muito gostosa.

     Suas mãos seguravam as minhas, nossos dedos estavam entrelaçados, o prazer aumentava a cada movimento do seu pênis dentro da minha vagina, começou com movimentos lentos e foi aumentando o ritmo a medida que eu ficava mais excitada, contraia minha vagina e deixando se ele mais excitado e ele me penetrava com intensidade e voracidade. Coloquei minhas pernas em volta da sua cintura para sentir todo seu desejo por mim. Seu pênis latejando dentro de mim e os jatos do prazer dele dentro da minha vagina me fizeram ter outro orgasmo maravilhoso. Ele foi cessando os movimentos aos poucos e ficamos naquela posição deliciosa por mais um tempo. Eu passava as mãos nas costas dele enquanto apreciava todo o prazer que ele me proporcionou, junto com a lua cheia como testemunha do nosso ato de amor, e a melodia das ondas comigo trilha sonora daquele momento único em nossas vidas.

     Vivemos nossa história de amor e paixão nos dias que se seguiram, entregando-nos completamente ao presente e deixando de lado qualquer preocupação com o que o futuro poderia reservar. A cada momento juntos, a chama entre nós parecia crescer mais forte e intensa, uma conexão que transcendia o tempo e o espaço.

     E na última noite, como nas anteriores, eu passei na casa de praia do Bernardo, um lugar que se tornou o epicentro de toda a nossa paixão desmedida. Cada canto daquela casa guardava as memórias de nossos momentos compartilhados, cada suspiro e riso ecoando nas paredes. Era como se aquele espaço tivesse se impregnado com a energia do nosso amor, tornando-se um refúgio onde podíamos ser verdadeiramente nós mesmos, onde a magia acontecia a cada olhar e toque. Era ali, naquela casa à beira-mar, que nossa história ganhava contornos de um romance inesquecível, uma história que ambos sabíamos que jamais esqueceríamos.

     Acordei pela manhã disposta a fazer um último ato de paixão, Bernardo estava dormindo e me aproveitei para acariciá-lo, mas antes mesmo de tocar nele, seu pênis já estava ereto, muito rígido. Comecei a passar a língua no seu pênis, masturbava e o chupava, colocava tudo aquele instrumento de prazer dentro da minha boca, o chupava por completo, até deixá-lo totalmente coberto pela minha saliva.

     Subi por cima dele e encaixei seu pênis na minha vagina. Sentando vagarosamente nele até estar totalmente dentro de mim, mexia devagar sentindo prazer e observando seu rosto. A expressão em seu rosto adormecido denunciava o sonho prazeroso que ele estava tendo. Estava muito excitada, dominando e cavalgando deliciosamente naquele homem.

     Estava cheia de tesão e comecei a cavalgar enlouquecida contraindo minha vagina. Então Bernardo abriu os olhos e colocou suas mãos em meus seios, segurei suas mãos e cavalgava com mais intensidade, mais desejo, gemendo como nunca havia feito e gozei deliciosamente, fui diminuindo o ritmo e deitei sobre o seu corpo.

- Bom dia, meu amor! - Bernardo murmurou com ternura, deslizando as mãos suavemente pelas costas dela, como se quisesse guardar aquele momento na memória para sempre.

- Bom dia, amor! - Larissa respondeu, sua voz carregada de emoção. - Hoje é nosso último dia juntos, por isso queria que lembrasse de mim todas as manhãs quando acordasse. - Ela confessou, sua respiração um pouco ofegante, ainda extasiada pelo amor que compartilhavam.

- Vou lembrar de você todos os dias da minha vida. - Bernardo afirmou com convicção, seus olhos expressando um compromisso profundo.

- E eu também vou guardar cada momento que passamos juntos com muito carinho. - Larissa sorriu, sentindo uma mistura de gratidão e nostalgia por tudo o que viveram.

- Mas saiba, meu amor, que ainda não terminamos. - Bernardo olhou para ela com um olhar malicioso, sugerindo que ainda havia muito mais a ser vivido naquele último dia juntos. A faísca de desejo que ardia entre eles prometia tornar aquele dia especial e inesquecível de todas as maneiras possíveis.

     Ele me beijou com muito desejo, suas mãos subindo pelas minhas costas até a nunca, estava me derretendo nas mãos dele. Bernardo me segurou pelos cabelos e me deixou de quatro, estava apaixonada e muito excitada, deixaria ele fazer o que quisesse comigo. Me penetrou sem exitar, com força e intensidade, soltei um gemido bem alto. Tirava e colocava bem devagar, me deixando louca de tesão.

- Delícia de bucetinha! Você é muito gostosa meu amor! - Aumentando o ritmo da penetração.

- Isso amor! Delíciaaaa! Me fode gostoso!

- Você vai ter o que merece Larissa!

     A cada estocada sentia ele todo dentro de mim, e ficava cada vez mais excitada. Aos poucos ele cessou a penetração e encostou seu pênis no meu ânus, um arrepio percorreu todo o meu corpo, seria nosso primeiro anal, ele foi me penetrando com cuidado e carinho, sem pressa, até me penetrar totalmente. A medida que eu ficava mais excitada, ele começou a aumentar o ritmo, me segurava pelos cabelos e pela cintura, penetrando por completamente o meu ânus. Olhei por cima do meu ombro, sua expressão de êxtase me possuindo daquela forma, aumentava ainda mais meu prazer. Comecei a me masturbar tocando meus lábios vaginais e o meu clitóris, ele apertava e dava tapas no meu bumbum, me deixando enlouquecida de tesão. Gozei ao sentir seu pênis latejando dentro do meu ânus.

     Caímos na cama, exaustos e saciados, meu corpo todo formigava, não sentia mais minhas pernas tamanho a intensidade do orgasmo que tive. Seria 

     Aquele momento era algo que eu sabia que jamais iria esquecer. As memórias dos dias vividos com Bernardo permaneceriam marcadas de forma indelével em minha mente, como páginas preciosas de um livro que eu tinha a sorte de possuir.

     Algumas horas depois, estava retornando ao meu mundo de compromissos, horários e uma carga intensa de trabalho. Os dias se desenrolavam, mas as lembranças daquela viagem continuavam vívidas e pulsantes em minha mente. A saudade que eu sentia só parecia aumentar a cada dia que passava. Apesar disso, mantive um segredo sobre o que vivi naqueles dias, guardando aqueles momentos só para mim.

     Quase um mês após meu retorno à rotina, minhas amigas decidiram me levar para almoçar em um restaurante próximo à empresa. Escolheram o lugar onde serviam uma sobremesa que eu adorava. Tínhamos o costume de pegar a sobremesa e desfrutá-la à sombra de uma grande árvore em frente ao restaurante. Mas mesmo esse gesto tão familiar não conseguia animar meu coração entristecido. Eu permanecia em silêncio, com meus pensamentos mergulhados na saudade de Bernardo, desejando profundamente reviver um dia de paixão com ele.

     Foi então que, de repente, senti algo bater em meu pé. Era uma bola de vôlei, uma cena que me era extremamente familiar. Olhei para o lado e lá estava ele, com seu fiel companheiro ao lado. Não pude conter a emoção que tomou conta de mim. Fui correndo em sua direção e o beijei como se não houvesse um amanhã, como se o tempo tivesse se dobrado para nos reunir novamente naquele momento de pura felicidade e reencontro. Era como se o destino tivesse conspirado a nosso favor, trazendo Bernardo de volta para a minha vida de uma forma surpreendente e maravilhosa.

- Larissa, entre as comodidades que a vida oferece, talvez eu não possa proporcionar o mesmo conforto que você está acostumada. No entanto, saiba que o que ofereço é o meu coração, repleto do sentimento mais valioso que possuo: o meu amor por você. Ele é sincero, é intenso, e é o meu presente mais precioso, destinado a você e a nós dois, para sempre. - Declarou Bernardo com um olhar apaixonado.

     Palavras não eram suficientes para transmitir toda a intensidade do que aquele momento significava, por isso, o beijo foi a forma mais eloquente de expressar o que pulsava em nossos corações. Minhas amigas observavam, surpresas e curiosas diante da cena inesperada. Com um olhar cúmplice para elas, sabia que mais tarde teria muito para contar sobre aquele reencontro.

     Entramos no bugue, sentindo a brisa do vento acariciar nossos rostos, enquanto Bernardo guiava em direção à nossa felicidade. Cada quilômetro percorrido era um passo mais perto da certeza de que nosso amor tinha uma força capaz de superar qualquer obstáculo. A estrada à nossa frente era como uma promessa de novos capítulos de uma história que eu não queria que terminasse. Estávamos juntos novamente, e aquele momento era a confirmação de que o destino conspirava a nosso favor.

- Amiga! Onde você vai? O que está acontecendo? - Perguntou uma das amigas, visivelmente perplexa com a reviravolta dos acontecimentos.

- Estou indo ser feliz, finalmente! Diga para o gerente que me demito! - Respondi, enquanto me acomodava ao lado de Bernardo no bugue. Minha decisão estava tomada e a certeza de que aquele era o caminho certo inundava meu coração. Juntos, estávamos prontos para enfrentar o que quer que o destino reservasse para nós. Era o início de uma nova jornada, e eu estava determinada a vivê-la ao lado do homem que amava.

    Aconteceu exatamente há um ano. Hoje, nossa vida se desenrola às margens do oceano, onde o som das ondas se tornou nossa trilha sonora diária. Reformamos a casa de Bernardo, ampliando os espaços para que tivéssemos mais liberdade e conforto. O antigo galpão, agora transformado em um charmoso restaurante, serve nosso prato principal, o "Vatapá à moda da mama do Bernardo", uma homenagem à tradição e ao sabor que nos uniu.

     Mas o mais importante de tudo é que estamos ansiosos para receber o fruto do nosso amor, a luz que em breve iluminará ainda mais nossos dias e noites. A expectativa pela chegada do nosso bebê enche nossos corações de alegria e gratidão. Cada momento, cada detalhe, é uma celebração da vida e do amor que nos trouxe até aqui, e que continuará a nos guiar em nossa jornada juntos. Estamos prontos para receber esse novo capítulo de nossa história com os braços abertos e os corações transbordando de amor.

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